domingo, 24 de junho de 2012

Por que o exame de próstata tem que ser por toque retal?



Realmente o toque retal não tem nada de animador. Bem, a próstata é uma glândula masculina localizada entre a bexiga e o reto. Ela envolve a porção inicial da uretra e participa do processo de produção do sêmen, aquele líquido que carrega os espermatozóides produzidos no testículo. É responsável pela secreção de fluidos e enzimas de um terço do líquido seminal eliminado durante a ejaculação.
Normalmente a próstata possui o tamanho aproximado de uma noz e é composta por diversos tipos diferentes de células. Como essa glândula está localizada em frente ao reto, o médico pode facilmente avaliar os contornos da glândula pelo toque retal. Em uma condição normal, a próstata é lisa e firme, mas nunca endurecida. Caso seja percebido algum aumento no tamanho ou a presença de endurecimento ou nódulos é sinal de que algo pode estar errado. É por isso que o urologista sempre vai pedir este exame como forma de prevenção e caso alguma alteração seja percebida, dois outros exames ainda podem ser feitos antes de ser dado o diagnóstico de um possível câncer.

Além do toque retal, a ultra-sonografia transretal e o PSA (Antígeno Prostático-Específico) também podem ajudar no diagnóstico. Na ultra, o transdutor é introduzido no reto do paciente através do ânus, e assim, a próstata é visualizada para se detectar alterações de tamanho ou forma. O PSA é um exame de sangue que mede níveis de uma substância relacionada a alterações presentes na próstata. Na maioria das vezes, quando muito aumentado, significa que houve uma alteração maligna das células dessa glândula. No entanto, nem sempre altos níveis de PSA indicam problemas com a próstata. Recentemente, vem sendo desenvolvido um novo teste de urina que pode ajudar no diagnóstico do câncer de próstata, que você ler AQUI
Não se sabe qual o mecanismo que leva as células glandulares da próstata a sofrerem uma malignização. No entanto, o homem com histórico familiar e os negros têm duas vezes mais chances de desenvolver a doença.


Para colheita do PSA faz-se necessário:

(1) jejum de 3 horas; (2) ausência de ejaculação nas 48 horas previas ao exame; (3) ausência de uso de supositório ou sondagem vesical ou toque retal três dias antes do exame; (4) ausência da realização de ultrasonografia trans-retal 7 dias prévios ao exame; (5) ausência de biopsia prostática no período de 30 dias prévios ao exame; (6) ausência de colonoscopia em período de 15 dias prévios ao exame; (7) não realização de exercício de bicicleta (ergométrica ou não), nem equitação, nos dias que antecedem ao exame. A presença de alguma destas condições pode elevar o PSA, levando a confusão na interpretação dos resultados.

Pode ser que depois do toque retal, o médico solicite exames de sangue, ultra-sonografia transretal e até, se necessário, uma biópsia da próstata para dar um melhor diagnóstico. É importante saber que na maioria, das vezes, o aumento prostático é devido a doenças benignas e não ao câncer. Mas, se houver câncer de próstata, é fundamental que o diagnóstico seja feito no início da doença, quando a cura é possível.

O nível considerado como normal ao PSA é 4,0ng/ml, sendo necessário na presença de valores níveis acima deste valor uma investigação adequada.

A associação do toque retal e o PSA constituem as principais armas para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, visto que em 20% dos casos de câncer de próstata o PSA pode ser normal. Desta forma os exames são complementares a realização de ambos adequada.

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